A assinatura do decreto que institui a TV 3.0 marca um novo capítulo para a televisão aberta no Brasil. Considerada a nova geração da TV digital, a tecnologia representa um avanço relevante ao integrar a transmissão tradicional de som e imagem a recursos de internet, criando um ambiente mais interativo, personalizado e conectado – sem perder o caráter gratuito da radiodifusão.
Prevista para estrear em junho de 2026, a TV 3.0 deverá começar a ser implementada pelas grandes capitais, em um processo de migração gradual que pode levar até 15 anos para alcançar todo o território nacional. A expectativa do Governo é que o novo modelo esteja disponível a tempo da próxima Copa do Mundo, funcionando como uma vitrine das novas possibilidades tecnológicas da televisão brasileira.
Na prática, a TV 3.0 amplia de forma significativa a experiência do telespectador. A interface passa a ser baseada em aplicativos das próprias emissoras, permitindo acesso não apenas ao sinal ao vivo, mas também a conteúdos sob demanda, como séries, programas, jogos e transmissões especiais. Essa integração viabiliza, ainda, interações em tempo real, como votações durante programas, escolha de câmeras em eventos esportivos e a possibilidade de acompanhar partidas apenas com o som ambiente do estádio.
O novo sistema também abre espaço para funcionalidades antes restritas ao ambiente digital. Será possível realizar compras diretamente pela TV, acessar serviços públicos por meio de aplicativos, incluindo plataformas governamentais e receber alertas de emergência altamente personalizados, inclusive sem a necessidade de conexão à internet, por meio do sinal de antena.
Do ponto de vista das emissoras e do mercado de comunicação, a TV 3.0 cria novas oportunidades de geração de receita, relacionamento com o público e desenvolvimento de formatos mais segmentados e mensuráveis. Para marcas e instituições, o modelo representa um novo território de atuação, no qual conteúdo, dados e interatividade passam a coexistir em um mesmo ambiente, ampliando as possibilidades de engajamento e construção de reputação.
A chegada da TV 3.0 reforça que a evolução tecnológica da mídia tradicional não elimina seus atributos históricos, como alcance e acessibilidade, mas os ressignifica. Para quem atua com comunicação estratégica, compreender esse movimento desde agora é fundamental para antecipar impactos, identificar oportunidades e construir posicionamentos consistentes em um cenário cada vez mais integrado entre o on-line e o off-line.